Gol terá taxa para reserva de assento e banco do meio livre
A Gol decidiu cobrar
taxas extras dos passageiros para marcar assentos nos aviões e, também, para que
crianças possam viajar desacompanhadas em seus voos. A tarifa de assento será
instituída na semana que vem. O início estava programado para ocorrer hoje, mas
foi adiado, diz a Gol. O valor deve ser entre R$ 10 e R$ 20. Ela valerá, nessa
primeira fase, para saídas de emergência, onde há mais espaço. A TAM adota o
serviço também.
Ainda neste ano,
provavelmente depois das férias de julho, a Gol ampliará a venda de uma prática
inédita no Brasil, segundo apurou a Folha: oferecerá ao
passageiro de alguns voos da ponte aérea o direito de deixar o assento do meio
vazio, para aumentar o espaço de quem ficar na janela ou no corredor. O valor
ainda não foi definido.
Até ontem, a Gol
cogitava vender os assentos das janelas e dos corredores em todos os voos,
exceto os da ponte aérea. Mas a medida vazou e, para que não soasse antipática
para os passageiros, a empresa mudou os planos.
Segundo a Gol, a
venda de assento dará mais opções de conforto aos passageiros.
Já a cobrança para
menores desacompanhados está em vigor desde o dia 1º e é tendência de mercado,
afirma a empresa. Em voos domésticos, a taxa é de R$ 90; nos internacionais, US$
60 (R$ 123). A TAM tem cobrança similar desde 2009.
Nas passagens mais
baratas, a empresa encareceu, neste mês, as taxas para remarcação (R$ 70 para R$
80) e de não comparecimento (de R$ 100 para R$ 130). Também é tendência de
mercado, diz.
PREJUÍZO
As medidas não foram
as únicas neste ano. A Gol já havia adotado em maio a redução de quatro para
três no número de comissários em um dos seus modelos de avião, o Boeing 737-700,
além de ter cortado o serviço de bordo gratuito em 180 voos que contam com o
serviço pago.
Além disso, a
empresa cortou funcionários. Só no dia 2, foram 190 tripulantes. As demissões
devem chegar a mil.
A redução de custos
é reflexo do prejuízo de R$ 710 milhões da Gol em 2011.
Os cortes motivaram
protesto do sindicato dos aeronautas. O último deles foi ontem, em
Congonhas.
O modelo de cobrança
de reserva de assentos é inspirado em empresas estrangeiras de baixo custo, como
a Ryanair. No Brasil, quem mais se aproxima do modelo é a Webjet, comprada pela
Gol.
Ela cobrava por
assentos até 2011, quando liminar do Ministério Público barrou a taxa. A empresa
não soube dizer se a decisão ainda vale.
"As empresas não
estão conseguindo aumentar o preço da passagem, então estão cobrando pelos
produtos para manter a competitividade", diz o professor Elton Fernandes, da
UFRJ, especialista em transporte aéreo.
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